Expectativa de recuperação em 2018. Boas notícias? Ótimas, mas não se entusiasme sem planejar.
É importante que a recuperação de vendas não crie gargalos que se tornem uma tormenta capaz de eliminar o brilho e alegria de tempos melhores.
Para as empresas o equilíbrio e crescimento estão diretamente relacionados com o Capital de Giro. É o capital para manter as operações da empresa. É absolutamente normal a utilização de capital de terceiros, incluindo bancos. A chave é a capacidade de endividamento da empresa. Nestes tempos de crise boa parte das empresas atingiram, ou mesmo ultrapassaram, sua capacidade de tomar dinheiro no mercado. Os juros caíram desde 2016, o que facilita o pagamento dos mesmos mas não aumenta obrigatoriamente a capacidade de endividamento ou o limite de crédito sadio com os bancos.
Para acompanhar um crescimento de vendas é necessário comprar insumos como matéria-prima e componentes, formando um estoque suficiente para o fluxo das operações. Também há necessidade de contratação de mão de obra para atender novo patamar de demanda. As despesas decorrentes da operação também crescem. Alguns novos investimentos podem ser necessários. O conceito que o faturamento proveniente de maior demanda remunerará o novo patamar da empresa é verdadeiro desde que a empresa consiga equacionar o descasamento entre entradas e saídas de caixa. Normalmente as despesas antecedem o recebimento de vendas, ocorrendo a empresa financiar o cliente. Entre o pedido e entrega com recebimento do cliente há o ciclo do processo de compra, produção e logística que necessita ser pago.
O momento é de racionalidade máxima, para que o distúrbio de crescimento não desmonte uma empresa enfraquecida pela crise. Recuperar com passos firmes é o fundamento: analisar bem os prazos de entrega conjugando-os com a capacidade de entrega e priorizando produção com ciclo mais rápido, planejar as compras para minimizar impacto de custo de estoque, avaliar e renegociar prazos de pagamento a fornecedores e recebimento de clientes, assim como avaliar as margens envolvidas e estruturar novas linhas de crédito compatíveis.
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Publicado no Linkedin de João Henrique Botelho em 05/02/2018