Você é uma Startup? Também precisa entender o Capital de Giro como fundamento de alavancagem.
Escalabilidade demanda capital. Os indicadores de Burn Rate e Months of Capital Left para Startups não são só representativos da fase sem receitas, como tem alta correlação com o conceito de Capital de Giro na fase de crescimento.
Há fundamentos na administração de empresas que obrigatoriamente necessitam de um entendimento dos sócios e gestores da empresa, sejam elas já operacionais ou Startups. Entre eles encontra-se o Capital de Giro.
Uma Startup busca escalabilidade, que significa crescimento rápido. Há demanda de capital para prover recursos para o crescimento.
Mas o que é afinal o Capital de Giro? É o montante necessário para fazer a empresa operar. Lembrar que há entradas e saídas de caixa. Mesmo que as entradas se tornem superiores às saídas de caixa, estas são desencontradas no tempo. O que equilibra os desencontros é o Capital de Giro.
Há estoque? Houve uma saída financeira para a compra do mesmo, sem que tenha havido a entrada pela venda com pagamento do cliente. Quanto maior o estoque, maior a necessidade de capital para financiá-lo.
Compra com prazo de pagamento ao fornecedor reduzido e vende com recebimento do cliente com prazo maior? O intervalo entre o pagamento do fornecedor e o recebimento do cliente tem de ser coberto pelo caixa da empresa, pois neste período ocorrem despesas e compromissos financeiros que deverão ser pagos. Esta cobertura consome parte do capital.
Se a Startup não tem a disponibilidade de Capital de Giro necessária terá que buscar financiadores, trocando muitas vezes por Equity ou empréstimos bancários, o que não é exatamente ruim. O que pesa é que normalmente os fatos ocorrem sem o devido planejamento e controle. A urgência e as dificuldades de garantias elevam os juros a serem pagos, de tal forma que neutralizam a rentabilidade da Startup, ou os empreendedores comprometem um nível de Equity muito elevado em troca de Capital de Giro. Nos dois casos a Startup pode rapidamente perder o fôlego!
Sobre o autor:
João Henrique Botelho
Tem uma visão ampla dos desafios das Startups em sua fase inicial.
É sócio da MCBTI Speedgoat que atua em soluções de simulações para controles em desenvolvimentos de sistemas embarcados e engenharia. Também é sócio da Henbak, especializada em organização de empresas médias. Mentor de Startups da FAPESP, atuando em diversos programas PIPE.